Total de visualizações de página

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nos dias de hoje, a musica tem total ligação com o corpo, com o visual, com a performance…Os clips que mais vendem são os que a imagem é melhor, mais apelativa, com uma musica…bem, uma musica, uma musica dançante, com muitas e muitos “danceretes” em volta do ” star” principal.
Nos dias de ontem, muitos séculos atrás, a dança também era usada para festas, para orgias, para matar profetas , para comemorações comunitárias…até para manifestar a força em danças marciais! Entre os animais se observa muito, danças de corte para acasalamento, passos, voltas, rugidos, enfim, atitudes com ritmo, muitas vezes que estão falando algo para aquele(a) que é o alvo do ritual em questão.
Você certamente já viu em algum filme americano os índios dançando em volta de um ” branco” que foi capturado, sendo oferecido para o deus Sol, Lua ou qualquer outro…rs. Ou mesmo filmes com tribos canibais que estão com seu ” assado humano” dentro do caldeirão esperando a hora de ficar pronto para ser comido por eles…
Hoje as famosas ” baladas” não podem ficar sem musica, senão não ” embalam” ninguém. A força da dança…já escrevi em meu site tempos atrás algo sobre a dança baseado em livros de bailarinas famosas ( até não cristãs) que mostram e ensinam a força de uma coreografia que pretende passar uma idéia quando todo um grupo age sincronizadamente na direção de uma mensagem…
Há um texto bem conhecido em II Samuel 6 que fala de uma situação interessante onde o rei David dançou perante Deus e perante todo o povo de Israel do qual ele era rei! O contexto mostra a arca de Deus que fora resgatada dos filisteus depois de muito sofrimento de Israel, sendo trazida de volta para o meio deles. A arca simbolizava o presença de Deus. Os querubins voltados um para o outro, o propiciatório ( a tampa que ficava sobre a arca) de onde Deus disse que falaria a Israel, a vara de Arão ( que floresceu sobrenaturalmente ) e os mandamentos ( que eram a lei e propósito de Deus para seu povo) juntos, traziam uma figura visível, mas não adorável, da presença e glória de Deus!”…a arca de Deus, sobre a qual se invoca o nome, o nome do Senhor dos exércitos, que se assenta entre os querubins” II Sm 6:2b
Os filhos de Abinadabe, Utza e Ahio, eram responsáveis pelo cuidado da arca. Interessante que Abinadabe significa pai de generosidade, Utza significa força, ou força própria, e Ahio significa comunhão, irmandade…a Palavra nunca dá essas dicas sem sentido…temos que sempre prestar atenção aos detalhes…a Bíblia é um livro diferente, sobrenaturalmente diferente!
Abinadabe fala do amor e generosidade de Deus em nos dar da Sua presença; Ahio fala da necessidade de  comunhão para que nossas festas, “agitos gospel” tenham sentido baseados em comunhão com Deus e com os irmãos e não simplesmente um “agito”…gospel! E Utza fala da nossa própria força em querer fazer acontecer o que só Deus pode fazer acontecer…em sermos o que só Deus pode nos fazer sermos…Na história, Utza viu que a arca caía do carro de bois e colocou sua força, sua mãos para tentar impedí-la de cair…uma atitude que talvez, qualquer um de nós teria????!!!! Mas Deus falou que a arca não podia ser tocada. Daí os varais que eram colocados nas laterais da arca para que ela fosse carregada nos ombros pelos sacerdotes ( e só por eles ) e não fosse tocada de maneira nenhuma. Como falei, a arca é figura da presença de Deus; há pessoas que querem ” dar uma forcinha” para a presença de Deus, para a glória de Deus que é intocável! Chocante, mas Utza morreu por ter tido essa iniciativa…David ficou triste e assustado.  E se perguntava : ” Como virá a mim a arca do Senhor?” cap.6:9 Resolveu não levar a arca para Jerusalém depois desse incidente e sim, deixá-la na casa de Obede – Edom até a ” ira de Deus” ( assim ele leu a situação) se acalmar, para que pudessem levar a arca a Jerusalém!
E deixaram a arca na casa de Obede – Edom. O que quer dizer Obede – Edom? Trabalhador de Edom…esse homem era geteu ( de Gate) cidade filistéia de onde veio Golias, que lutou contra David, que provocou o Senhor…Deus se mostrou bom para Obede – Edom abençoando sua casa enquanto a arca esteve alí. Por vezes há gente que vive na casa de Deus mas não O respeita como alguns ” infiéis” o fazem!?!?! Deus sempre olha o coração…seria injustiça um levita ter morrido por tentar “salvar” a presença de Deus, e um gadita, filisteu ter sido abençoado por crer que esse Deus era bom, e recebê-lo na sua casa, quando nem o rei teve coragem para fazê-lo??????!!!!!!
Bem, tudo isso é contexto para o pretexto…rs  A história continua e após a arca ficar três meses na casa de um filisteu ( inimigo), que não teve “medo” dela, David resolveu trazê-la de volta a Jerusalém com todo o cuidado ( um sacrifício de bois e carneiros a cada seis passos !!!! Waw ! Haja bois e carneiros, não!?!? cap.6:13). E aí sim!! David agora estava feliz, pois a arca estava voltando para seu lugar de origem, sem mortes, com muita alegria e benção! O rei dançou na frente dela por todo o caminho até chegar na cidade santa. O povo acompanhava o processional feliz, com musica, instrumentos, muita gente, sacerdotes, sacrifícios cada seis passos, enfim, uma grande festa para os olhos. Creio que agora Deus estava feliz pois não colocaram a arca em um carro de bois ( idéias humanas para a adoração… para ” trazer” a presença de Deus!), mas a carregaram com os varais colocados lateralmente levados pelos sacerdotes…! Bem, David se sentindo tão feliz começou a dançar…dançar, dançar, começou a tirar sua estola de rei, suas roupas pesadas para poder dançar com mais facilidade e mais força, mais força, mais força, mais intensidade,instrumentos tocando, ritmo mais forte, mais forte, palmas, palmas, gritos de júbilo, mais força, mais som, mais intensidade, rodando, rodando, rodando…suas roupas jogadas de lado, suas sandálias jogadas para longe, muita alegria, muita intensidade, muita presença de Deus, ohohhhohohoh !!!!!!!!! Trombetas, povo, sacerdotes, mulheres olhando o rei…mulheres? Olhando? O rei??? Dançando??? Dançando??? Dançando? Mas…o rei? Dançando? Quase sem roupas? Como um escravo que não tem vestes ricas e anda com trapos? O Rei? Mulheres…e homens, olhando o rei dançar no meio do povo?…
- “O Rei de Israel? No meio do povo? Como um homem qualquer? Que vergonha! Que atitude ridícula! Rebaixando-se a ralé?!?! David, você é um rei!!! Como você tira suas vestes reais e dança desenfreadamente diante da arca, da presença de Deus dessa forma? Todo mundo estava te vendo…vi até alguns rindo de você!!! Como pode um rei ter uma atitude ridícula dessas???? ” disse sua esposa Mical, que quer dizer, riacho ou pequena fonte de água…
- “Diante do Senhor me farei como um bobo, como alguém invadido de alegria, gozando de meus inimigos, me divertindo perante meu Deus, me fazendo ridículo, até mesmo sem jeito, mas diante dEle, por causa dEle, para Ele! Pelo que Ele fez por mim, e por Sua presença que não tem preço, a qual me faz pular, dançar e me desnudar perante homens e juízes!!!!!”  Esse seria o sentido  próximo dos versos 21 e 22.
Obviamente, esse texto não é um convite a dançarmos sem roupas, certo?? Do que lemos e estudamos, David não ficou nu! Ele tirou suas roupas reais ( que eram pesadas e talvez quentes para um dia daqueles durante um processional!) para ter mais liberdade de dançar perante o grande Rei dos Reis!
Você dança? Por que você dança? Para quem você dança? Você tem vergonha de ser cristão? De agir como um cristão? De testemunhar como um cristão na frente de todos? Você, sendo homem, se sente ridículo dançando para Deus, mas muito tranqüilo dançando na baladinha pra chamar a atenção das garotinhas? Você fica sem jeito na presença de Deus?  Sente-se ridículo de gritar Seu nome no meio da congregação???
E você menina? Tem orgulho de seu namorado ou noivo, ou marido ser um homem de Deus, que se manifesta na presença de Deus sem vergonha ou medo do que os outros vão falar? Ou fala para ele não cantar, não dançar, não gritar para Deus, porque isso é meio ridículo, não fica legal para ele…!?!?! Vocês preferem ir a um aniversário ou casamento onde tem baladinha e dançam a noite toda felizes e alegres, mas na casa de Deus, na presença dEle ficam murchos como caroço de manga chupado sem mexer um braço?!?!?
Mical, a pequena fonte, se escandalizou com seu marido, o rei de Israel, porque ele ficou ” ridículo” diante de todos dançando para Deus, por isso a fonte ” secou”. Mical tornou-se estéril até o final de seus dias e não pode dar filhos a David. Você é uma juiza estéril do seu namorado, ou uma inspiradora na busca da presença de Deus para ele e para você ??

Não cobiçar as coisas alheias

 
Quando você alimenta o desejo ele vira necessidade
O que a Igreja quer nos ensinar a partir dessa dupla proibição: “Não cobiçar as coisas alheias” e “não desejar a mulher do próximo”?
O grande enfoque não está no “não cobiçar as coisas alheias”. Tanto o desejo como a cobiça são forças que agem dentro de nós e que podem tanto nos construir como nos destruir por completo. Hoje precisamos pedir a Deus: cure os nossos desejos estragados!
Primeiro, as coisas dentro de nós existem como um desejo; depois conseguimos colocá-las em prática a partir de um projeto, desenho... Quanto mais parecidas com aquilo que pensamos, tanto mais perfeitas serão. Assim, acontece com os nossos sonhos.
Hoje, quase 90% das nossas doenças são psicossomáticas, doenças que foram projetadas pela nossa mente. No íntimo do coração as pessoas acabam transformando a enfermidade em muleta. Existem muitas pessoas que por terem uma doença acabam se transformando em “coitadinhas”.
Perceba o que o demônio consegue fazer. Como ele não consegue trabalhar com nada que seja real, ele atua em nós por meio dos pensamentos, principalmente, dos pensamentos negativos, errados.
Talvez você tenha tido experiências de desgraças neste ano. Como você espera que seja o seu próximo ano? Você é quem vai projetá-lo...
Quando nós nos deixamos guiar pelo “encardido” [maligno], passamos a ter maus desejos. ,b>Como que você vem alimentando os seus pensamentos?
Quando nos fechamos à ação da graça, nós perdemos a graça de enxergar o outro com os olhos de Deus. É muito importante alimentarmos o coração e a cabeça com coisas boas. Comer algo estragado causa problemas de estômago; e “comer coisas estragadas” que muitos meios de comunicação nos oferecem nos faz muito mal também. Os olhos captam uma imagem e imediatamente vai para o consciente, logo após vai para o subconsciente e depois ainda para o inconsciente. E é neste [inconsciente] que essas imagens têm uma força medonha.
Todo desejo passa entre 22 a 28 segundos no máximo, e a pessoa esquece. Claro que, para isso, ela tem de mudar o pensamento. Digo isso para o desejo de ver pornografia, do cigarro, e assim por diante. Santo Agostinho dizia quando você alimenta o desejo ele vira necessidade. Por isso, a indústria da pornografia cresce cada vez mais.
Como que as pessoas, e até mesmo casais, podem levar esses tipos de filme para casa a fim de se excitarem? Que nível mais baixo esse casal pode chegar!? Esse tipo de sexo, acompanhado de filmes pornográficos, já é até causa de muitas enfermidades, para algumas mulheres, porque o consciente delas entende que o marido está excitado não com elas, mas com a artista do filme. Muitas mulheres têm ojeriza ao sexo, nunca tiveram um orgasmo porque se sentem “coisificadas” ; isso porque perdeu-se a dignidade do casamento.
Muitos de nós fomos criados num regime maravilhoso, no qual o pai e a mãe tinham que ser honrados porque se respeitavam. Hoje existe uma baderna entre casais, entre as pessoas num modo geral, baderna esta que pode ser vista em tantos lugares que começaram por alimentar desejos pornográficos.
A sexualidade forma-se ou deforma-se pela educação, pelos meios de comunicação social, por certos tipos de conversas, ambientes, etc. Quantos jovens e casais de namorados perderam essa pureza! Antes, o sonho de moças e até de muitos rapazes era o de se casarem na Igreja, virgens... Esses eram seus valores, mas muitos os perderam.
Hoje qualquer um pode comprar uma revista pornográfica, e com isso a pessoa vai perdendo a pureza. Por essa razão, nós não podemos prostituir nossos pensamentos e nossas emoções.
O desejo sempre existiu, mas sem os valores ninguém domina desejo nenhum.
O único modo de vencer os maus desejos é por meio da cura interior. Essa graça é exercida de dentro para fora. O demônio não tem como entrar no nosso coração, mas ele vai criando uma casca por fora dele [coração], por isso é necessária a cura interior.
Daqui a pouco você estará começando uma nova estação, e você tem a graça de iniciar esse novo período com Jesus.
Eu estou pedindo para você a vitória de Deus na sua vida e a realização dos seus desejos, mas para isso você precisa deixar o Espírito Santo purificá-los.
Transcrição e adaptação da pregação do saudoso padre Léo de dezembro 2005
Pe. Leo

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O “Eis que venho” de Jesus e o nosso






  • Eis que venho para fazer tua vontade” (Heb 10, 5-9;  Sl 39)
    Esta passagem da escritura encontrada nos salmos e retomada na carta aos Hebreus 10,5-9 que é carta com maior conteúdo sobre espiritualidade reparadora, pois tenta fazer a passagem do antigo sacrifício para o novo e definitivo de Jesus como vítima única de reparação tanto para o antigo como para o novo testamento. Esta passagem é também o cerne por assim dizer da espiritualidade de oferta oblativa dos padres dehonianos que tanto influenciou na nossa espiritualidade.
    O Eis que venho de Jesus é também o nosso, um coração que queira se dar a Deus em nossa comunidade tem que, no mínimo ter este sentimento de Jesus, de não querer ou desejar outra coisa se não a de fazer a vontade única de Deus sem mais nem menos, é o mínimo que podemos ofertar ao pai, a nossa liberdade, colocar-se em total disponibilidade em suas mãos  e a favor dos irmãos e da missão formando com ele um único coração o que chamamos de “coração indiviso” ao  modelo de almas esposa, uma única coisa poderia amedrontar um filho da busca, o de pensar em não estar fazendo a única e absoluta vontade de Deus, mais nada poderia tirar nosso sossego, pois “Nele temos tudo plenamente” (Cl 2,8).
    O nosso eis que venho é a rendição plena e total ao Senhorio de Jesus, o esvaziamento pleno da minha vontade para assumir a Dele, à qual livremente me entrego.
    Esse deveria sem dúvida, ser o primeiro passo para alguém que quisesse fazer caminho conosco, trilhar o nosso itinerário sem esta rendição, sem esta disposição não há como caminhar. Em Sto Agostinho que é nosso baluarte, encontramos bem claro esta disposição depois de anos de luta, depois de Mônica ter derramado tantas lágrimas em seu favor, depois de muito ouvir as pregações do bispo Ambrósio é que ele se rendeu ao batismo e conseqüentemente a Igreja, ao ponto de aí sim, poder associar-se a outros já convertidos, para iniciar a obra à qual Deus o enviara a formar, uma vida fraterna, pautada por uma entrega total a Jesus como Senhor e centro absoluto da vida daqueles que com ele ajudaram a fundar, é risco e sempre será, acolher alguém no seio da comunidade sem que antes tenha passado por esta experiência da entrega total a Deus, pois a assembléia do Senhor é formada por aqueles que buscam com sinceridade agradar-lhe unicamente, nenhuma outra motivação pode estar no centro da decisão.
                          


  •                                                              Dimas pires

    Para que o mundo seja salvo


    • “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus” (Jo 3, 16-18).
      “A missão do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo tem uma destinação universal. Seu mandado de caridade alcança todas as dimensões da existência, todas as pessoas, todos os ambientes da convivência e todos os povos. Nada do humano pode lhe parecer estranho. A Igreja sabe, por revelação de Deus e pela experiência humana da fé, que Jesus Cristo é a resposta total, superabundante e satisfatória às perguntas humanas sobre a verdade, o sentido da vida e da realidade, a felicidade, a justiça e a beleza. São as inquietações que estão arraigadas no coração de toda pessoa e que pulsam no mais profundo da cultura dos povos. Por isso, todo sinal autêntico de verdade, bem e beleza na aventura humana vem de Deus e clama por Deus” (DAp 380).
      Não há campo de atividade humana que fique fora do alcance do amor de Deus e de Seu desígnio universal de salvação, e a Igreja, com plena consciência de seus deveres, quer alcançar a todos e chegar aos mais distantes recantos onde se encontre um grito de socorro ou um anelo de salvação.
      A V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe identificou alguns rostos sofredores que clamam atenção especial da Igreja e de toda a sociedade, dentre tantos desafios existentes. São as Pessoas que vivem nas ruas das grandes cidades, os Migrantes, os Enfermos, os Dependentes de drogas e os Detidos em prisões. E nos deparamos a cada dia com vários desses rostos sofredores! Uma primeira reação pode ser o acomodamento, com o qual apenas nos rendemos diante das dificuldades práticas. Sempre existiram tais problemas! Outra, infelizmente muito comum, é a quantidade de projetos teóricos, leis e pretensas reformas que não saem do papel.
      Mas existem muitas pessoas, quais formiguinhas trabalhadoras, dia e noite, que fazem o que lhes é possível. Na área metropolitana de Belém, tenho encontrado muitas famílias que acolhem pessoas vindas do interior à procura de trabalho, e o fazem graciosamente, com grande generosidade. Nossos grupos e movimentos pastorais que trabalham com o povo que vive da rua testemunham também a solidariedade que brota entre pessoas que perderam tudo. Parece brotar do barro um fiapo de relações humanas, quem sabe esboçadas em sorriso! Lá de dentro, vem à tona a dignidade nunca perdida aos olhos de Deus. Para a saúde, há inúmeras iniciativas, quais sejam as de cuidados básicos e simples. O que se faz por intermédio da Pastoral da Criança é reconhecido por toda a sociedade! Pastoral Carcerária para nós significa presença diuturna, com visitas semanais a todos os presídios, com um esquadrão de homens e mulheres, cujas palavras e gestos semeiam cura e libertação. E os drogados? Já se delineia a instalação da Fazenda da Esperança em nossa Arquidiocese, além de centros já existentes. E as respostas a tais rostos que doem em nós e na sociedade, dadas por pessoas desconhecidas, anônimas do bem, cujos gestos de amor serão reconhecidos no dia do exame final? A elas também o reconhecimento!
      Ninguém passe em vão ao nosso lado! Os rostos sofridos são expressão de um mistério mais profundo, cujo nome é pecado! Trata-se do rompimento de um relacionamento de amor, que tem a idade da eternidade, no seio da Trindade Santíssima, destinado a envolver a todos os homens e mulheres de todos os tempos. Pecar é não aceitar a proposta de amor que vem do próprio Deus! Pecar é embotar a própria vida, buscando apenas a si mesmo. As consequências têm rosto! Outras faces do mesmo drama estão, quem sabe, escondidas atrás de fachadas muito bem acabadas de casas ou de rostos maquiados. Também elas hão de ser identificadas, para que nenhuma situação humana fique alheia ao nosso amor, como diante de Deus não passam indiferentes. E como sabemos que o pecado corrói o que existe de melhor no ser humano, a virtude, cultivada em todas as suas dimensões, seja tarefa cotidiana, para acolher o dom da salvação que a todos se destina.
      Na Solenidade da Santíssima Trindade, renova-se a convicção de que os cristãos vivem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Em nome do Pai olhamos para todas as pessoas humanas e as reconhecemos como membros da única família dos filhos de Deus. O amor do Pai misericordioso se derrame sobre toda a humanidade. Cabe a nós que vivemos em Seu nome sermos sinais para os que se encontram mais afastados. Em nome do Filho amado, que se inclinou compassivo, assumindo sobre si as nossas dores, enfermidades e pecados, Senhor e Salvador, nós assumimos a missão de proclamar Seu nome e Sua graça. Sua presença, reconhecida em todas as faces. Sua Palavra, queremos que seja levada a todos, como Evangelho de Salvação! Em nome do Espírito Santo de amor, as labaredas acesas em Pentecostes espalhem o incêndio de um mundo diferente, possível e desafiador. Não deixaremos desperdiçada uma só de suas inspirações! Em nome da Trindade Santa, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!
      Dom Alberto Taveira Corrêa
      Arcebispo de Belém – PA

    A Maior História de Amor

    A Maior História de AmorImprimirE-mail




    Antes que Eu criasse o mundo e todas as coisas, Eu já pensava em você. Eu já o conhecia pelo nome e desejava que você viesse à vida. Queria que você participasse da Minha vida e desfrutasse de toda a riqueza da Minha divindade...
    Foi por isso que eu o criei. Eu teci no ventre de sua mãe, cuidadosamente, e o amei com amor eterno. Eu o fiz à Minha semelhança para que você pudesse compartilhar Comigo de todos os Meus bens inefáveis. Dei-lhe faculdades e potências que não coloquei em nenhum dos outros seres criados: inteligência, vontade, memória, consciência, capacidade de amar, de sonhar, de sorrir, de chorar, de cantar, de falar...Não sei se você já percebeu que é o único ser capaz de sorrir. As pedras não sonham como você, as árvores não falam como você e os animais não podem sorrir e cantar como você. Só a você Eu permiti que fosse assim tão cheio de dons, porque só você foi feito à Minha imagem. Quando Eu quis gerar você, olhei para Mim mesmo e deixei que uma centelha do Meu ser lhe desse a vida.
    Eu o fiz para mim. Eu o fiz para viver Comigo sempre, na terra e no céu. Eu sou o seu Senhor. Você é meu. Sou louco de amor por você e não aceito perdê-lo de forma alguma, porque você é Minha criatura predileta, Minha glória sobre a terra Minha maior honra.
    Eu o amei tanto que quis dar o meu maior Dom: a liberdade. Meu amor por você exigia que Eu o fizesse livre, capaz de decidir pela inteligência, e não escravo dos instintos como os animais irracionais. O amor exige que se dê a liberdade! Eu sabia que você poderia usar mal dessa liberdade. Eu sabia  sim que você poderia até Me rejeitar, Me abandonar e não querer ouvir a Minha voz e os Meus conselhos...Mas, se não lhe desse a liberdade, você não seria Minha imagem; seria apenas como um robô ou uma marionete. Por isso Eu o fiz livre.
    Na verdade, fiquei desesperado quando você Me rejeitou, Me abandonou e achou que podia ser feliz sem o seu Criador. Fiquei angustiado quando você matou em si mesmo a vida eterna que lhe dei, separando-se de Mim que sou a fonte da vida. Sofri demais quando você virou-Me as costas e abandonou o céu e a Mim para sempre.
    Então, no meu amor infinito por você, vim ao mundo para salvá-lo. Eu me fiz como você, de carne e osso. Nasci de uma santa mulher, pobre e humilde, para resgatá-lo. Eu assumi a sua natureza humana e nela escondi a minha divindade para poder falar com você e mostrar-lhe ansiosamente o caminho da vida.
    E depois, depois de lhe Ter mostrado todo o Meu amor por você, com Minhas palavras e milagres, quis amá-lo até o extremo sacrifício. Eu Me deixei matar em seu lugar, conscientemente, para que a minha morte destruísse a sua, e a Minha ressurreição lhe desse a vida eterna outra vez. Nunca ninguém sofreu e amou tanto quanto Eu sofri por você e o amei. O criador morreu por Sua criatura. Como disse uma vez ao Meu querido filho Santo Antônio: “Eu vim até você para que você pudesse vir a mim”. E mais ainda: Para ficar com você para sempre, Eu Me fiz pão e vinho. Sei que você não pode compreender o milagre da Eucaristia, mas eu o fiz para poder ficar com você. Quando se ama alguém, não se consegue ficar longe da pessoa amada. Fiz tudo isso por você, por amor a você.
    Mas, infelizmente, você não reconhece o Meu amor. Você ainda me despreza e abandona. Eu lhe ofereço a Minha vida nos Evangelhos, mas você prefere outras leituras vazias e pobres. Eu lhe ofereço o Meu próprio Corpo imolado e Meu Sangue derramado, testemunhas do meu amor, e você os despreza totalmente: “Isso é coisa de velhos e de crianças...” Eu lhe ofereço a Minha presença viva em todos os sacrários, mas você não acredita que estou ali... O que mais me fere é sua ingratidão e indiferença. Você entra na Minha casa, a Igreja, e não Me olha, não Me fala, não se une a Mim... Sua desconfiança Me sangra o coração. E eu... esperando ansiosamente, desejando ao menos um minuto receber a retribuição do seu amor. Mas você está cego, surdo e mudo para Mim. O mundo matou o meu amor em você. O pior de tudo é que por causa disso você perdeu a paz, perdeu o sentido da vida e vive agora sem rumo, triste e sofredor. Eu derramei todo o Meu sangue na cruz e morri de dor, para que os eus pecados fossem perdoados, mas você despreza o Meu perdão, despreza os Meus sacerdotes e o sacramento da penitência. Como você é ingrato Comigo! Mas Eu continuo aqui a esperá-lo; nunca Me cansei porque você é Meu e tenho ciúme de você. Sei que um dia você virá. Quando a “mentira do mundo” cair a seus pés, você se lembrará de Mim. Então, como aquele Pai, Eu farei uma grande festa para você, pois como entendeu perfeitamente o Meu querido Agostinho de Hipona: “Eu o criei para Mim, e o seu coração vive inquieto enquanto não repousar em Mim.”



    Que pecados nos impedem de comungar?



    Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições
    A Igreja nos ensina que não podemos comungar em pecado mortal sem antes nos confessar. Pecado mortal é aquele que é grave, normalmente contra um dos Dez Mandamentos de Deus: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar, prejudicar os outros, ódio, etc.. É algo que nos deixa incomodados...
    Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) sobre isso:
    §1856 - O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:
    “Quando a vontade se volta para uma coisa de per si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal... quer seja contra o amor de Deus, como a blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como, por exemplo, palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais pecados são veniais” (S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).
    §1857 – Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (RP 17).
    §1858 – A matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro.
    §1859 – O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (cf. Mc 3,5-6; Lc 16,19-31) não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.
    §1860 – A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
    §1861 – O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.
    §1862 – Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.
    Felipe Aquino
    felipeaquino@cancaonova.com
    (Fonte – Canção Nova)

    domingo, 21 de agosto de 2011

    Ele me consagrou pela unção


    • Isaías 42, 1-4.6-7; Atos 10, 34-38; Mateus 3, 13-17
      O próprio Jesus deu uma explicação do que lhe aconteceu no batismo no Jordão. Ao voltar, na sinagoga de Nazaré aplicou a si mesmo as palavras de Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim: me consagrou com a unção…». O mesmo termo de unção é utilizado por Pedro na segunda leitura, falando do batismo de Jesus: «Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder».
      Trata-se de um conceito fundamental para a fé cristã. Basta dizer que o nome Messias em hebreu e Christos em grego significam exatamente isso: Ungido. Nós mesmos, diziam os antigos Padres, recebemos o nome de cristãos porque fomos ungidos à imitação de Cristo, o Ungido por excelência. A palavra «ungido», em nossa linguagem, tem muitos significados, não totalmente positivo. Na Antigüidade, a unção era um elemento importante da vida. Ungiam-se com óleo os atletas para estarem soltos e ágeis nas corridas, e se ungiam com óleo perfumado homens e mulheres para ter o rosto belo e resplandecente. Atualmente, com estes mesmos objetivos, existe à disposição uma infinidade de produtos e cremes em grande parte derivados de diferentes tipos de óleos.
      Em Israel o rito tinha um significado religioso. Ungiam-se os reis, os sacerdotes e os profetas com um ungüento perfumado e este era o sinal de que estavam consagrados ao serviço divino. Em Cristo, todas estas unções simbólicas se tornam realidade. No batismo no Jordão, Ele é consagrado rei, profeta e sacerdote eterno por Deus Pai. Não com um óleo físico, mas com o óleo espiritual que é o Espírito Santo, “o óleo da alegria”, como o define um salmo. Isso explica por que a Igreja dá tanta importância à unção com o santo crisma. Existe um rito de unção no batismo, na confirmação e na ordenação sacerdotal; existe uma unção dos enfermos (antigamente chamado de “extrema-unção”). É porque através destes ritos se participa na unção de Cristo, isto é, em sua plenitude de Espírito Santo. Uma pessoa é literalmente “cristã”, isto é, ungida, consagrada, pessoa chamada – diz Paulo – «a difundir no mundo o bom odor de Cristo».
      Procuremos ver o que tudo isso diz aos homens de hoje. Atualmente, está na moda falar de aromaterapia. Trata-se do emprego de óleos essenciais (ou seja, os que exalam perfume) para a manutenção da saúde ou para a terapia de alguns transtornos. A internet está cheia de anúncios de aromaterapia. Não se contenta em promover com eles o bem-estar físico. Existem também «perfumes da alma», por exemplo «o perfume da paz interior».
      Não corresponde a mim emitir um juízo sobre esta medicina alternativa. Contudo, vejo que os médicos convidam a desconfiar desta prática que não está cientificamente provada e que inclusive implica, em alguns casos, contra-indicações. O que desejo expressar é que existe uma aromaterapia segura, infalível, que exclui toda contra-indicação: a que está feita à base do aroma especial, do ungüento perfumado, que é o Espírito Santo!
      Esta aromaterapia feita de Espírito Santo cura as doenças da alma e às vezes, se Deus quer, também as do corpo. Há um canto spiritual afro-americano no qual não se faz mais que repetir continuamente estas poucas palavras: «Há um bálsamo em Gilead que cura as almas feridas» (There is a balm in Gilead / to make the wounded whole…). Gilead, ou Galaad, é uma localidade famosa no Antigo Testamento por seus perfumes e ungüentos (Jr 8, 22). O canto prossegue dizendo: “Às vezes me sinto desanimado e penso que tudo é em vão, mas então o Espírito Santo reaviva a minha alma” (Sometimes I feel discouraged and think my work’s in vain but then the Holy Spirit revives my soul again). Gilead é para nós a Igreja, e o bálsamo que cura é o Espírito Santo. Ele é o rastro de perfume que Jesus deixou ao passar por esta terra.
      O Espírito Santo é especialista nas doenças do matrimônio. O matrimônio consiste em dar-se um ao outro: é o sacramento de tornar-se dom. E o Espírito Santo é o dom feito pessoa: a doação do Pai ao Filho e do Filho ao Pai. Onde Ele chega, renasce a capacidade de tornar-se dom e, com ela, a alegria e a beleza de viver juntos.
      O filósofo Heidegger lançou um juízo alarmado sobre o futuro da sociedade humana: “Só um Deus pode nos salvar”, disse. Pois eu digo que este Deus que pode nos salvar existe: é o Espírito Santo. Nossa sociedade precisa de doses massivas de Espírito Santo.
      Frei Raniero Catalamessa – Pregador da Casa Pontifícia