Cabelos revoltos no ar, roupa de couro apertada no corpo esbelto, o cantor de heavy metal atira o microfone no chão e grita a plenos pulmões um refrão impronunciável. As mãos, elétricas, repetem o chifre do diabo rumo à platéia frenética. Depois, munido de uma imensa mangueira de bombeiro, simula urinar em pleno palco, os olhos vidrados em transe. O show termina e uma sucessão interminável de fãs se espreme à saída, tentando tocar, mesmo que de leve, o corpo dos integrantes da banda. Mulheres insandecidas, seios à mostra, comprimem seus corpos à limusine que avança devagar no desvario da multidão. O mesmo cantor abraça a namorada de microvestido transparente, exageradamente maquiada. Chegam a uma boate onde, na ferveção da pista de dança, várias pessoas de cruzam e se tocam com extrema sensualidade. Uma mulher de olhos salientes se aproxima do roqueiro e de sua namorada e os convida, não sem um olhar de malícia, a experimentar novas formas de prazer... O filme na TV me fez espantar o sono com uma explosão de reflexões inesperadas, vindas numa mescla de surpresa e desapontamento. Da experiência como jovem católico numa época em que sexo, bebedeiras e orgias são palavras fáceis na boca dos adolescentes, veio-me à mente, de pronto, a constatação da dificuldade de se encontrar diversão sadia e evangelização profunda em meio à enxurrada de emoções fáceis e curtições superficiais em voga nos lugares da moda. Ou ainda, imagino a que limite chegará a juventude da qual faço parte, nessa voltagem cada vez mais crescente de rebeldia e libertinagem tão comum nessa nossa época. Nesse caminho sem volta onde se misturam mensagens de morte e desilução, solidão e decadência, penso na cegueira que nos toma a nós, jovens, nesse momento de tantas penumbras e pouca luz. Penso, também, em quantas situações de sexo, nas mais ousadas variações eróticas existentes, os jovens de hoje experimentam sob a desculpa inaceitável de autodescoberta. Penso, ainda, no sem-número de substâncias tóxicas que meus contemporâneos tomam, do baseado ao esterco de cavalo, iludidos pela promessa de liberdade sem fim que se acaba nos sintomas de depressão e angústia. Tão desorientados, desnorteados, cada vez menos preparados a enfrentar a vida tão abertamente e que, por isso, se fazem esconder na escuridão do pecado. Imagino-me (por que não?) sob o contato visceral com tantas e tão sutis situações de erro que me fazem, pelo silêncio e pelo comodismo, ser uma espécie de cúmplice dessas deturpações. Imagino e me assusto, os olhos fixos na TV, a mostrar, de forma nua e crua, no que nos transformamos e no que vamos nos transformar nessa loucura crescente. Um gosto amargo de responsabilidade me corta a boca... Saber de tantas e tão degradantes situações de pecado me faz perceber a importância de dar vazão ao Cristo que já me conquistou e que me intima a se fazer conhecer no meio dos jovens. Indago, olhando para minha história, quantas vezes saí de mim, da minha redoma de falsa piedade e santidade, e fui ao drogado, ao homossexual, à adolescente que aborta, ao preso, ao jovem que, sutilmente, abusa da liberdade e se enforca com ela. E vejo que foram bem poucas, insuficientes para tirar de mim essa nódoa de timidez e egoísmo. Como numa imensa arena, vejo a juventude cristã se digladiar, hoje, com a centralização em si mesmos e se esquecer da imensa platéia de excluídos da Graça, jovens como nós, a se afundar no vazio em que mergulham suas vidas e a assistir à nossa confusão, impedidos de se voltarem para nós pelo imenso vidro fosco da nossa covardia. A distância que nos separa é a que deveria nos juntar, a fim de fazer concreta a Verdade que é Cristo no coração daqueles que precisam. Não me resta outra opção a não ser rogar a Cristo que use de Sua Misericórdia, de Seu Corpo e Sangue, para nos erguer da nossa falta de caridade e sairmos ao encontro daquele que anseia por ver a luz. Que ele reforce em nós uma voz como a saída de um alto-faltante, a fim de propagar o Evangelho, sob inspiração do Espírito Santo, aonde Cristo não chegou: baladas, praias, lan-houses, shows de rock, redutos de homossexuais ou onde quer que a vista de Deus aviste um necessitado de amor. Quero, pois, fazer valer a condição de cristão e reafirmar as promessas por mim a Jesus e as feitas por Ele, a nosso favor, para que sejamos jovens com os jovens e para os jovens, sem desculpas, preconceitos ou medos mas, antes de tudo, inspirados pelo amor que nos é dado de graça. Inflamado por Jesus que me ama e quer ser amado, vejo não mais um show de rock, mas uma imensa legião de jovens a se descobrirem numa comunhão de paz. Não mais a escuridão de uma casa de shows, mas a luz que emana dos vitrais da igreja. Tampouco, não mais o cabeludo a gritar e injuriar, mas a pequenina Hóstia no centro de um sacrário dourado, a irradiar a paz sem a necessidade de refrões com duplo sentido nem de situações de luxúria e, sim, a derramar a Graça no silêncio e na mansidão. Jesus, escondido no Pão, no meio dos jovens que cantam, louvam e se alegram, tão jovem quanto eles. Esses jovens todos, imagino (e creio!), condicionados e formados no amor, a se anularem tendo em vista o transbordamento de amor ao próximo, àquele que sofre, que se destrói. Sonho que se torna realidade pelo meu "sim", como o foram o de Abraão, Moisés, Maria Santíssima e dos santos... |
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quinta-feira, 30 de junho de 2011
JESUS CRISTO POP STAR
JÁ SEI NAMORAR?
Escrito por Dimas pires |
Vamos brincar de namorar? Sim? Então, comecemos: no salgadinho que você acabou de comprar há duas cartelinhas: uma para as meninas, de cor rosa, e uma para os meninos, de azul. Na sua, a cantada fatal: "Quero você"! Para efetivar a paquera, eu tenho de raspar uma das três opções: "Eu também!", "Agora" ou "Longe!". Minha vez! Na minha cantada está escrito muito singelamente: "Beijo". Você, em continuidade, raspa uma das três opções: "Na bochecha", "Na boca" ou "Nem pensar!". Dependendo de como as coisas vão rolar, pinta um "fica" e cada um vai para o seu canto depois, sem entrosamento nem conversa fiada! E, então, até à próxima compra... A brincadeira acima pode ser encontrada em certo pacote de salgadinhos disponível em supermercados, ali, logo ao alcance da mão. São duas pequenas cartelas que ensinam o desenrolar da cantada apenas com uma raspadinha. Comprando, raspando, ficando! Simples assim! Cabe a você raspar no lugar certo (quem sabe uma boate, uma festinha de colegial, um cinema...), no momento certo e com a pessoa certa. E, pronto, aprendi a ficar no melhor método "passo a passo", sem nenhuma contra-indicação, sem nenhuma conseqüência desagradável, nada além de azaração. Como todo mundo já sabe namorar, as receitas já vem prontas e acabadas, no ponto de experimentar, sem a perspectiva de um mínimo vínculo afetivo, sem a oportunidade da autodescoberta e da descoberta do outro em sua imensa riqueza e carisma, de sua integridade e personalidade. A ficada de hoje cada vez mais se aparta dos verdadeiros sentimentos e emoções e se aproxima da frieza das carícias, com o fim único de dar e receber prazer. Como se, necessidades sensoriais satisfeitas, não houvesse mais lugar para a sincera escolha do amor fértil, do profundo respeito pela outra pessoa enquanto complemento de si mesmo. Herdeiros de uma moda que valoriza o "experimentar" em detrimento do "descobrir", os pré-adolescentes já não separam a brincadeira do beijar e ficar escondido da seriedade do relacionamento fecundo, e isso facilita a falta de carinho entre eles no difícil caminho rumo à sadia afetividade. A mídia, explorando a fabricação de pequenos "adultos" sobre estereótipos e idéias vagas de liberdade, faz deles vítimas perfeitas dessa crescente mania de valorizar a outra pessoa naquilo que ela pode me dar e não no inverso, provocando uma modificação profunda de comportamento que possivelmente irá desaguar em relacionamentos e matrimônios imperfeitos. Se hoje eu não valorizo a pessoa com quem eu fico, usando-a na medida do prazer que ela me possibilita, amanhã, certamente, eu não irei privilegiar o cônjuge que eu elegi (muitas vezes em requisitos errados), porque, no passar dos anos, a falta de sensualidade talvez o faça parecer decaído aos meus olhos. Porque ninguém mais procura se valorizar como ente dotado da graça da personalidade e da pessoalidade, torna-se difícil encontrar a medida certa nos relacionamentos, sem o respeito e sem a responsabilidade que eles acarretam. O professor Felipe Aquino, em texto sobre namoro, ensina, a respeito dos relacionamentos de hoje: "É o instinto que comanda, não a razão. Como uma pessoa dessa pode amar, como pode dar-se, renunciar a si mesmo, se o que importa é a satisfação do "seu" corpo? Quando o corpo impera, a razão enfraquece, o espírito agoniza, e o amor perece". Da valorização do "eu" há o descuido do "tu" e, conseqüentemente, nenhum relacionamento válido se efetiva, pois não há a complementaridade nem a entrega necessárias. O entendimento cristão de amor ao próximo (cf. Lc 10, 27) casa bem com esta intenção de amor frutuoso a ser buscado dentro do namoro. Porque o outro existe e ama, quero eu amá-lo em toda a sua extensão e profundidade para dele absorver o amor que me preenche. Nessa doação, que satisfaz plenamente o outro e, em conseqüência, a si mesmo, esconde-se a fórmula do sadio amor a ser aprendido no seio do namoro. Isso deve ser assimilado por aqueles adolescentes que, imaturos, anseiam por descobrir o verdadeiro significado das suas relações, para que, no crescimento da caminhada rumo ao amor conjugal, saibam discernir, ainda no âmbito do namoro, a sabedoria e responsabilidade que ele pede. Em vista disso, não cabe nessa fase de amadurecimento a busca do prazer pelo prazer, em situações de sexo, masturbação, ficadas e outros. Estes momentos, ao invés de cimentarem uma sexualidade e afetividade sadias, acabam por minar nossa dignidade de filhos de Deus e fecham nossa vida afetiva na centralização dos nossos desejos, situação de egoísmo que nos faz morrer no pecado e anular a graça do Pai em nós. Por conta disso, essas receitas fáceis de namoro, compradas a preço de pechincha para preencher o nosso vazio pessoal na busca do prazer instantâneo, trazem um preço alto demais a ser pago em riqueza pessoal e intimidade com o próximo e com Deus. Modelando-nos na via fácil do carinho descartável, corremos o risco de tornar igualmente descartáveis a nossa dignidade e a beleza que há no namoro. Importante é que, nessa brincadeira que se torna séria pela nossa maturidade afetiva encontrada em Deus, raspemos o "Longe!" para a escolha fácil do amor egoísta e o prazer que insiste em nos desviar do respeito pelo outro e o "Nem pensar!" para as oportunidades de pecado que nos levam a desprezar o amor verdadeiro, dado pelo Pai, em nossos corações. Saber namorar (e não ficar) deve ser, para nós, não a evocação vaga da letra da música mas verdade de vida colocada em nós pela graça de Cristo. |
O casamento - amor com compromisso
João Paulo II, de saudosa memória, num dos seus discursos ao Tribunal da Rota Romana, fez ressaltar a “diferença essencial” entre o matrimónio e a mera “união de facto”.
O Santo Padre lembrou que os primeiros cristãos tiveram que enfrentar-se com a cultura jurídica de Roma, que fazia depender a estabilidade do vínculo matrimonial da permanência do affectio maritalis. Experimentalmente “o mero sentimento não pode separar-se da mutabilidade do ânimo humano; a atracção recíproca não pode ter estabilidade e está exposta a extinguir-se facilmente se não definitivamente”. Pelo contrário, o amor coniugalis “não é só nem sobretudo sentimento, mas é essencialmente um compromisso com outra pessoa, que se assume com um acto da vontade. É isto que qualifica este amor, convertendo-o em conjugal. Uma vez dado e aceite o compromisso por meio do consentimento, o amor converte-se em conjugal e nunca perde esse carácter”.
O matrimónio reflecte “uma doação recíproca de amor, de amor exclusivo, de amor indissolúvel, de amor fecundo”. Portanto, não pode confundir-se com o mero rito formal e externo, ainda que, “certamente, a forma jurídica do matrimónio representa uma conquista da civilização, que lhe confere relevância e eficácia face à sociedade. E esta compromete-se a cuidá-lo”.
À luz dos grandes princípios naturais que marcam o matrimónio, chega-se a compreender “a diferença essencial existente entre uma mera união de facto – ainda que se pretenda fundada no amor – e o matrimónio, no qual o amor se traduz num compromisso não só moral, mas também jurídico”. Como consequência, revela-se incongruente “a pretensão de atribuir uma realidade ‘conjugal’ à união entre pessoas do mesmo sexo”.
Se as palavras se gastassem eu penso que já não havia «amor», tão usada ela é. Usa-se no seu verdadeiro sentido e usa-se com uma despudorada deturpação. Os sábios e as pessoas de bom senso lamentam a deterioração da palavra «amor» - as pessoas não percebem que estão usando em vão o nome de Deus, uma vez que diz S. João que Deus é Amor. A palavra «amor» está de tal modo deturpada que se chamam aos adúlteros, os infiéis ao amor, «amantes». Essas pessoas amam a sua própria satisfação, os seus apetites desordenados e fogem de todo o sacrifício que acompanha o verdadeiro amor.
Fala-se até de «amor livre», duas palavras que deviam viver unidas, que deviam ser fecundas e no entanto não passam de um encontro impessoal sem compromisso, sem outra finalidade que não seja a satisfação do instinto.
O «amor humano» é muito diferente, porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Temos de tornar a dar à palavra «amor» a dignidade que lhe foi tirada, de modo que ela volte a mostrar centelhas da santidade de Deus. Assim tornaremos o «amor humano» semelhante ao amor de Deus que é Amor, melhor dizendo, é o Amor.
No amor de Deus não aparece nenhuma componente material, porque Deus é puro Espírito e o seu Amor é puramente espiritual. Também no homem o amor é sobretudo ou deve ser espiritual, não se devendo dar esse nome à mera atracção física. É certo que no homem há uma mistura de espírito e corpo, e assim o amor terá manifestações sensíveis, sendo, porém, o seu princípio espiritual. Se faltar a componente espiritual ao «amor humano», não se está a falar de amor verdadeiro. Para que este exista tem de intervir a vontade, que leva a que o amor seja um «querer bem». Amar assim é buscar o bem do outro, como se fosse o seu próprio bem. Amar também é dar-se. Na Redenção Deus feito Homem, assume a forma de escravo, aniquila-se, Ele que é imutável que não pode sofrer torna Sua a natureza humana e sofre para nos resgatar do poder do pecado, do demónio e da morte – dá-se totalmente.
Muitas vezes a sensualidade causa problemas porque o coração atraiçoa; então é preciso tirar do peito o coração de pedra e meter nele um coração de carne, obediente às leis de Deus e observante dos seus princípios (Cfr. Ez 36, 26-27). Este é o remédio que leva Rabindranath Tagore a escrever: “O tesouro da castidade vem da abundância do amor”. E como conseguir esse amor? Recorrendo à Mãe do Amor Formoso, a Virgem Nossa Senhora.
Não tenhamos medo que o amor se torne demasiado espiritual, pois que quanto mais espiritual for mais alegre e mais nobre ele é. Talvez custe, mas recorrendo a Maria tudo irá bem e chegaremos à conclusão que vale a pena...
Estas considerações podem servir de lembrança para o Dia dos Namorados uma vez que, para mim, o namoro deve ser a ante-câmara do Matrimónio.
O Santo Padre lembrou que os primeiros cristãos tiveram que enfrentar-se com a cultura jurídica de Roma, que fazia depender a estabilidade do vínculo matrimonial da permanência do affectio maritalis. Experimentalmente “o mero sentimento não pode separar-se da mutabilidade do ânimo humano; a atracção recíproca não pode ter estabilidade e está exposta a extinguir-se facilmente se não definitivamente”. Pelo contrário, o amor coniugalis “não é só nem sobretudo sentimento, mas é essencialmente um compromisso com outra pessoa, que se assume com um acto da vontade. É isto que qualifica este amor, convertendo-o em conjugal. Uma vez dado e aceite o compromisso por meio do consentimento, o amor converte-se em conjugal e nunca perde esse carácter”.
O matrimónio reflecte “uma doação recíproca de amor, de amor exclusivo, de amor indissolúvel, de amor fecundo”. Portanto, não pode confundir-se com o mero rito formal e externo, ainda que, “certamente, a forma jurídica do matrimónio representa uma conquista da civilização, que lhe confere relevância e eficácia face à sociedade. E esta compromete-se a cuidá-lo”.
À luz dos grandes princípios naturais que marcam o matrimónio, chega-se a compreender “a diferença essencial existente entre uma mera união de facto – ainda que se pretenda fundada no amor – e o matrimónio, no qual o amor se traduz num compromisso não só moral, mas também jurídico”. Como consequência, revela-se incongruente “a pretensão de atribuir uma realidade ‘conjugal’ à união entre pessoas do mesmo sexo”.
Se as palavras se gastassem eu penso que já não havia «amor», tão usada ela é. Usa-se no seu verdadeiro sentido e usa-se com uma despudorada deturpação. Os sábios e as pessoas de bom senso lamentam a deterioração da palavra «amor» - as pessoas não percebem que estão usando em vão o nome de Deus, uma vez que diz S. João que Deus é Amor. A palavra «amor» está de tal modo deturpada que se chamam aos adúlteros, os infiéis ao amor, «amantes». Essas pessoas amam a sua própria satisfação, os seus apetites desordenados e fogem de todo o sacrifício que acompanha o verdadeiro amor.
Fala-se até de «amor livre», duas palavras que deviam viver unidas, que deviam ser fecundas e no entanto não passam de um encontro impessoal sem compromisso, sem outra finalidade que não seja a satisfação do instinto.
O «amor humano» é muito diferente, porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Temos de tornar a dar à palavra «amor» a dignidade que lhe foi tirada, de modo que ela volte a mostrar centelhas da santidade de Deus. Assim tornaremos o «amor humano» semelhante ao amor de Deus que é Amor, melhor dizendo, é o Amor.
No amor de Deus não aparece nenhuma componente material, porque Deus é puro Espírito e o seu Amor é puramente espiritual. Também no homem o amor é sobretudo ou deve ser espiritual, não se devendo dar esse nome à mera atracção física. É certo que no homem há uma mistura de espírito e corpo, e assim o amor terá manifestações sensíveis, sendo, porém, o seu princípio espiritual. Se faltar a componente espiritual ao «amor humano», não se está a falar de amor verdadeiro. Para que este exista tem de intervir a vontade, que leva a que o amor seja um «querer bem». Amar assim é buscar o bem do outro, como se fosse o seu próprio bem. Amar também é dar-se. Na Redenção Deus feito Homem, assume a forma de escravo, aniquila-se, Ele que é imutável que não pode sofrer torna Sua a natureza humana e sofre para nos resgatar do poder do pecado, do demónio e da morte – dá-se totalmente.
Muitas vezes a sensualidade causa problemas porque o coração atraiçoa; então é preciso tirar do peito o coração de pedra e meter nele um coração de carne, obediente às leis de Deus e observante dos seus princípios (Cfr. Ez 36, 26-27). Este é o remédio que leva Rabindranath Tagore a escrever: “O tesouro da castidade vem da abundância do amor”. E como conseguir esse amor? Recorrendo à Mãe do Amor Formoso, a Virgem Nossa Senhora.
Não tenhamos medo que o amor se torne demasiado espiritual, pois que quanto mais espiritual for mais alegre e mais nobre ele é. Talvez custe, mas recorrendo a Maria tudo irá bem e chegaremos à conclusão que vale a pena...
Estas considerações podem servir de lembrança para o Dia dos Namorados uma vez que, para mim, o namoro deve ser a ante-câmara do Matrimónio.
Porque o namoro não é o tempo de viver a vida sexual?
Escrito por Felipe de Aquino |
O sexo tem duas dimensões, finalidades: unitiva e procriativa. Deus fez do casal humano "a nascente da vida", disse o Papa Paulo VI; e assim deu ao homem a missão de gerar e educar os filhos. Nenhuma outra é mais nobre do que esta. Se é belo construir casas, carros, aviões ..., mais belo ainda é gerar é educar um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Nada se compara à missão de ser pai e mãe. Um dia os computadores vão deixar de calcular, os carros de rodar, os aviões de voar... mas jamais o ser humano acabará, pois tem uma alma imortal. Na aurora da humanidade Deus disse ao casal: "multiplicai-vos". "A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus", disse certa vez o Papa Paulo VI. É através da atividade sexual que o casal se multiplica e se une profundamente; isto é um desígnio de Deus. O ato sexual é o ato "fundante" da geração do filho, porque é por ele que a doação amorosa do casal acontece. É por isso que a Igreja não aceita outra maneira de gerar a vida humana. Por outro lado, a relação sexual une o casal mais fortemente. Há muitas maneiras de se manifestar o amor: um gesto atencioso, uma palavra carinhosa, um presente, uma flor, um telefonema..., mas a mais forte manifestação de amor entre o casal, é o ato sexual. Ali cada um não apenas dá presentes ao outro, nem só palavras, mas se dá ao outro fisicamente e espiritualmente. Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama e que tem um compromisso de vida com você. Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por amor, e a prostituição? É o amor. Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio. Já chegaram até ao absurdo de querer legalizar a "profissão" de prostituta. Aquele que tem uma relação sexual com a prostituta está preocupado apenas com o prazer, e não tem qualquer compromisso com ela. Acabada a relação, paga e vai embora. Não importa se amanhã esta mulher está grávida, doente, ou passando fome, não lhe interessa, ele pagou pelo "serviço". Veja, isto é sexo sem amor, sem compromisso de vida, sem uma aliança. É o desvirtuamento do sexo, a prostituição. No plano de Deus o sexo é diferente, é manifestação do amor conjugal; é uma verdadeira liturgia desse amor, cujo fruto será o filho do casal. Na fusão dos corpos se celebra profundamente o amor de um pelo outro: a compreensão recíproca, a paciência exercida, o perdão dado, o diálogo mantido, as lágrimas derramadas... é a festa do amor conjugal. Por isso é o ato fundante da vida. O ato sexual vai muito além de um mero ato físico; a união dos corpos sinaliza a união dos corações e dos espíritos pelo amor. Não deveriam se unir fisicamente aqueles casais que não tivessem os corações unidos. É por causa disto que há tanto desastre na vida sexual de certos casais; unem os corpos sem unir as almas. Nesta "festa" do amor conjugal, o casal se une fortemente, e no ápice do seu prazer, Deus quis que o filho fosse gerado. Assim, ele não é apenas carne e sangue dos seus pais, mas amor do seu amor. É por isso que a Igreja ensina que o ato sexual, para não ser desvirtuado, deve sempre estar aberto à geração da vida, sem que isto seja impedido por meios artificiais. Ora, se o ato sexual gera a vida de um novo ser humano, ele precisa ser acolhido em um lar pelos seus pais. É um direito da criança que vem a este mundo. Nem o namoro, nem o noivado oferece ainda uma família sólida e estável para o filho. Não existe ainda um compromisso " até que a morte os separe". É por isso que o sexo não deve ser vivido no namoro e no noivado. Ao contrário do que acontece hoje comumente, a última entrega ao outro deveria ser a do próprio corpo, só depois que os corações e as vidas estivessem unidas e compromissadas por uma "aliança" definitiva. Se você apanhar e comer uma maçã ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você só terá problemas e não alegrias. O sexo é belo e puro quando vivido segundo a lei de Deus; todos nós viemos ao mundo por ele. Se ele fosse sujo, a criança recém nascida não seria tão bela e inocente. O que deturpa o sexo é o seu uso antes ou fora do casamento. O livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus "viu que tudo era bom" (Gen. 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo, também o sexo. O mal, muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo, uma faca é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas, se um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a faca se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela. Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso. No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há dois mil anos já ensinava aos Coríntios: "A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa" (1 Cor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo. A união sexual só tem sentido no casamento, porque só ali existe um "comprometimento" de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro para sempre. Cada um é "responsável pelo outro" até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este "compromisso de vida" o ato sexual não tem sentido, e se torna vazio e perigoso. As conseqüências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos. Muitos desses se tornam os "trombadinhas" e delinqüentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais! As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo moderno da AIDS. Por causa dessa desvalorização da vida sexual, e da sua vivência de modo irresponsável e sem compromisso, assistimos hoje esse triste espetáculo de milhões de meninas adolescentes de 12 a 15 anos, grávidas. A nossa sociedade é perversa e irresponsável. Incita o jovem a viver o sexo de maneira precoce e sem compromissos, e depois fica apavorada com a tristeza das meninas grávidas. Isto é fruto da destruição da família, do chamado "amor livre", e do comércio vergonhoso que se faz do sexo através da televisão, dos filmes eróticos, das revistas pornográficas e, agora, até através do telefone e da internet. Como não acontecer que milhões de jovens - quase meninas - fiquem grávidas? Quando se põe fogo na palha seca, é claro que ela queima ... E o que serão dessas crianças criadas por essas meninas, sem o pai ao lado, sem uma família que a acolha amanhã? Muitos jovens viciados no "crack" e nas drogas, assaltantes e ladrões, estão nesta vida porque faltaram-lhes os pais, faltou uma família. Veja jovem, quanta tristeza causa o sexo fora e antes do casamento. Quantos lares foram também destruídos por causa dos adultérios! Quantos filhos abandonados e carentes porque os pais viveram aventuras sexuais fora do casamento e se separaram! Não há hoje como negar que o triste espetáculo dos jovens carentes, abandonados, drogados, metidos na violência, no álcool e no crime, é fruto da destruição familiar, que acontece porque viveu-se o sexo fora do casamento. Quantos rapazes engravidaram a namorada, e tiveram de mudar totalmente o rumo de suas vidas! Às vezes são obrigados a deixar os estudos para trabalhar; vão morar na casa dos pais ... sem poderem constituir uma família como convém. Se você quiser formar uma família bem constituída, que lhe dê alegria e realização, então, "não passe o carro na frente dos bois". A sua futura família começa a ser bem edificada no seu namoro, não vivendo nele a vida sexual para não estragar os seus alicerces. É preciso dizer aqui que a parte que mais sofre com a vida sexual fora de lugar, é a mulher. A jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro presente, etc...; será que ela vai esquecer a primeira relação sexual? É claro que não! Esta primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua de mel, onde a segurança do casamento a sustenta. A vida sexual de um casal não pode ser começada de qualquer jeito, às vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro de prostituição. Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixou ficam no corpo da mulher para sempre. Para o rapaz tudo é mais fácil. Então, como é que você quer exigir da sua namorada o seu corpo, se você não têm um compromisso de vida assumido com ela, para sempre. Não é justo e nem lícito exigir o corpo de uma mulher antes de colocar uma aliança --prova de amor e de fidelidade - na sua mão esquerda. O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico. Para tudo tem a hora certa, onde as coisas acontecem com equilíbrio e com as bênçãos de Deus. Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por muitos anos e com a consciência em paz, certo de que você não vai complicar a sua vida, a da sua namorada, e nem mesmo a da criança inocente. A melhor proposta para o namoro é uma vida de castidade, que é a melhor preparação para o casamento. Sem dúvida, um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Também os noivos não estão aptos ainda para a vida sexual. O Catecismo da Igreja diz que: "Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus" (§ 2350). E ensina que a vida sexual é legítima e adequada aos esposos. "Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido". (CIC, 2362; GS, 49). Caro jovem, eu sei que esta proposta não é fácil, pois eu também passei por ela na minha juventude; mas eu quero dizer-lhe que é muito bela. Eu sei que o mundo lhe diz exatamente o contrário, pois ele não quer "entrar pela porta estreita" (Mt 7,14), mas que conduz à vida. Peço que você faça esta experiência: veja quais são as famílias bem constituídas, veja quais são os casamentos que estão estáveis, e verifique sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro. |
Que paz é essa?!
Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou.
Não se perturbe o vosso coração nem se amedronte.” Jo 14, 27
Jesus nos concede uma paz que é diferente da paz do mundo. A paz que o mundo busca muitas vezes está vinculada a bens passageiros. Ter paz é ter um orçamento folgado, com acesso livre a viagens e regalias, ter conforto e segurança materiais, ter um emprego estável, conhecimento e reconhecimento no meio científico, gozar de plena saúde, ter os filhos sob nossos cuidados, garantir um bom futuro para aqueles que amamos... Não ouso dizer que estes aspectos citados sejam ruins, pois na verdade, são bens. Mas são bens que passam. Um grande mal da nossa geração é tratar os benefícios que passam como se fossem eternos, supremos e absolutos. Assim eles se tornam o centro de nossa história, o alvo a ser buscado, o objeto de nossos esforços e até o sentido de nossa vida. Grande erro! Fomos criados para o céu e enquanto não vivermos com esta consciência, não alcançaremos a tão desejada paz.
Colocar Jesus no centro de nossas vidas. Este deve ser nosso objetivo. Pois o desígnio do próprio Deus é que vivamos nesta terra com os olhos voltados para a eternidade. Só Deus permanece. Tudo é provisório. Todas as realidades que nos cercam inevitavelmente vão passar. Reflita um pouco sobre isso.
Santo Agostinho assim rezou: “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti." Esta oração nos ensina que nossa paz, paz que o mundo não dá e nem pode tirar, está na comunhão com Deus. Está em deixar Deus no núcleo de nossas vidas e Nele confiar, repousar e nos alegrar.
A paz para quem assim se relaciona com Deus não é algo instável ou perturbável pelas circunstâncias ou pelas pessoas. Essa paz é superior, brota da fé em Jesus e da profunda comunhão com Ele. Conheci pessoas muito enfermas, vítimas de fortes dores, mas cheias de paz verdadeira. Conheci também pessoas com poucos recursos materiais, mas repletas da paz de Jesus. E você? Aonde você tem depositado suas esperanças? Seus esforços atravessam os bens passageiros e são direcionados para o céu?
Peçamos ao Senhor que nos ajude nesta caminhada terrestre, para que nada nem ninguém sejam capazes de nos roubar a paz. Para que os bens que passam nos ajudem a escolher e alcançar os que não passam. Amém. Dimas pires
Eucaristia é o coração pulsante da Igreja
Hoje gostaria de partilhar a meditação do Santo Padre sobre a Eucaristia como coração pulsante da igreja católica.
Ao presidir hoje a reza do Ângelus dominical perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro no Vaticano, o Papa Bento XVI assinalou que “a Eucaristia é como coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja”.
Em sua reflexão no dia em que na Itália e em muitos outros países se celebra a Solenidade do Corpus Christi, a festa da Eucaristia, o Papa recordou que este sacramento foi instituído por Cristo mesmo na Última Ceia “e que constitui o tesouro mais precioso da Igreja”.“A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social completamente baseado sobre o laço espiritual, mas concreto, com Cristo”, explicou o Pontífice.
Sem a Eucaristia, prosseguiu, “Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. É a Eucaristia, de fato, que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus”.
“O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, tanto que a Igreja é realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e deles entre si”.
O Papa também afirmou que “em uma cultura sempre mais individualista, como aquela em que estamos inseridos nas sociedades ocidentais, e que tende a difundir-se em todo o mundo, a Eucaristia constitui-se como uma espécie de “antídoto”, que age nas mentes e nos corações dos fiéis e continuamente semeia nesses a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho”.
Depois de recordar a experiência de comunhão dos Apóstolos ao redor da Eucaristia, o Papa recordou que “a Igreja, apesar dos limites e erros humanos, continuou a ser no mundo uma força de comunhão. Pensemos especialmente nos períodos mais difíceis, de prova: o que significou, por exemplo, para os Países submetidos a regimes totalitários, a possibilidade de reencontrar-se na Missa Dominical!”
“Como diziam os antigos mártires de Abitene: “Sine Dominico non possumus” – sem o “Dominicum”, isto é, sem a Eucaristia dominical não podemos viver. Mas o vazio produzido pela falsa liberdade pode ser muito perigoso, e então a comunhão com o Corpo de Cristo é remédio para a inteligência e a vontade, para reencontrar o gosto pela verdade e pelo bem comum”.
Bento XVI concluiu sua reflexão invocando a Virgem Maria, quem o Beato João Paulo II definiu como “Mulher eucarística”.
“Na sua escola, também a nossa vida torne-se plenamente “eucarística”, aberta a Deus e aos outros, capaz de transformar o mal em bem com a força do amor, esforçada em favorecer a unidade, a comunhão, a fraternidade”, exortou.
Depois de saudar os fiéis em várias línguas o Papa outorgou a todos a sua bênção apostólica.
Curiosidades da Festa Junina
CURIOSIDADES DA FESTA JUNINA
Um santo muito comemorado no mês de junho é São João. Esse santo é o responsável pelo título de "santo festeiro", por isso, no dia 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró. No Nordeste do País, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta.
Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha e o manjericão. Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra. As fogueiras dedicadas a esse santo têm forma de uma pirâmide com a base arrendondada. O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com a figura de São João e o carneirinho. João é considerado o santo mais próximo de Cristo. Além de ser seu parente de sangue, Jesus foi batizado por João nas margens do Jordão.
A origem da Festa Junina
As festas juninas fortemente arraigadas na tradição católica, têm uma origem anterior ao cristianismo. Remontam à Antiguidade, à Era Romana. Antes do cristianismo se tornar a religião dominante na Europa, os romanos comemoravam, nesta época do ano, a deusa Juno, esposa de Júpiter. Vem de Juno o nome do mês de junho, que persistiu ao longo dos séculos. O culto à Juno acontecia em função do solstício de verão, momento em que inicia esta estação no hemisfério norte. Na Antigüidade, quando a ciência ainda não havia explicado o funcionamento do universo, as alterações no clima eram atribuídas aos deuses. Dias quentes e ensolarados, depois dos meses frios do inverno, eram considerados uma bênção divina. Assim, os povos daquela época criavam rituais para garantir a boa vontade e a bondade das divindades responsáveis por esses fenômenos, bem como oravam pela boa colheita. Com o passar dos anos a Igreja Católica foi se tornando a religião dominante e incorporou muitas das antigas festas pagãs, para facilitar a disseminação de sua fé. Logo, as festas “juninas” se tornaram “joaninas”, em homenagem a São João. Não adiantou muito e as festas passaram a ser mais conhecidas como “juninas” mesmo.
São João no Brasil
No século XVI, quando os jesuítas chegaram ao Brasil, trouxeram toda a tradição de festas religiosas. Logo perceberam que elas ajudavam a atrair a atenção dos indígenas, facilitando sua missão catequizadora. Por uma feliz coincidência para os padres, as festas juninas aconteciam em um período em que os nativos também faziam seus rituais de fertilidade. De junho a setembro, época de seca em muitas regiões do país, os roçados do ano anterior ainda estavam repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, abóbora e abacaxi. Também era época de colheita do milho, do feijão e do amendoim. Tanta fartura era considerada uma bênção e devia ser comemorada com danças, cantos, rezas e muita comida. Essa coincidência de comemorações fez com que as festas juninas ficassem entre as preferidas da população. E a tradição mantém-se até hoje em várias cidades brasileiras: nas festas juninas deve-se agradecer a abundância do ano anterior, reforçar os laços familiares e rezar para que a próxima colheita seja farta.
Referência
(origem do texto: wiki.cancaonova.com - fonte: lproweb.procempa.com.br)
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade.
Em: Blumenau Formação, Formação, Joinville Formação, Montes Claros Formação, • 03/06/2011
- Invocamo-lo assim nas Ladainhas. Tudo o que Deus nos queria dizer de si e do seu amor, depositou-o no Coração de Jesus e mediante este Coração exprimiu-o. Encontramo-nos perante um mistério inescrutável. Através do Coração de Jesus lemos o eterno plano divino da salvação do mundo. E é um projecto de amor. As Ladainhas que cantámos de maneira admirável contêm toda esta verdade.Reunimo-nos hoje aqui para contemplar o amor do Senhor Jesus, a sua bondade que se compadece de cada homem, e para contemplar o seu Coração fervoroso de amor pelo Pai, na plenitude do Espírito Santo. Cristo que nos ama, mostra-nos o seu Coração como fonte de vida e de santidade, como fonte da nossa redenção. Para compreender de modo mais profundo esta invocação, talvez seja preciso retornar ao encontro de Jesus com a Samaritana, na pequena cidade de Sicar, à beira do poço, que se encontrava ali desde os tempos do Patriarca Jacob. Tinha ido ali para tirar água. Então Jesus disse-lhe: «Dá-Me de beber», e ela respondeu-lhe: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?». O evangelista acrescenta então que os Judeus não se davam com os samaritanos. E Jesus respondeu-lhe: «Se conhecesses o dom de Deus e Quem é Aquele que te diz: ‘Dá-Me de beber’, tu é que lhe terias pedido, e Ele dar-te-ia uma água viva (…) a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (cf. Jo 4, 1-14). Palavras misteriosas.Jesus é fonte; n’Ele tem início a vida divina no homem. É preciso apenas aproximar-se d’Ele, permanecer n’Ele, para ter esta vida. E o que é esta vida a não ser o início da santidade do homem? Da santidade que está em Deus e que o homem pode alcançar com a ajuda da graça? Todos desejamos beber do Coração Divino, que é fonte de vida e de santidade.“Felizes os que observam os preceitos, os que em todo o tempo fazem o bem!” (Sl 105[106], 3).Irmãos e Irmãs, a meditação do amor de Deus, que se revelou no Coração do seu Filho, exige do homem uma resposta coerente. Não fomos chamados apenas a contemplar o mistério do amor de Cristo, mas a participar nele. Cristo diz: «Se Me amardes, guardareis os mandamentos» (Jo 14, 15). Desta forma, Ele faz-nos uma grande chamada e ao mesmo tempo põe-nos uma condição: se Me queres amar, guarda os Meus mandamentos, observa a santa lei de Deus, segue as veredas que Deus te indicou e que Eu te indiquei com o exemplo da minha vida.É vontade de Deus que observemos os mandamentos, isto é, a lei de Deus dada no Monte Sinai a Israel, por meio de Moisés. Dada a todos os homens. Conhecemos estes mandamentos. Muitos de vós repetem-nos todos os dias na oração. É um costume muito bonito e devoto. Repitamo-los como estão escritos no Livro do Êxodo, para confirmar e renovar o que recordamos.«Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair do Egito, de uma casa de escravidão. Não terás outro Deus além de Mim.
Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus.
Recorda-te do dia de sábado, para o santificar.
Honra o teu pai e a tua mãe, para que os teus dias se prolonguem na terra que o Senhor, teu Deus, te dará.
Não matarás.
Não cometerás adultério.
Não roubarás.
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu próximo.
Não cobiçarás a mulher do teu próximo» (cf. 20, 2-17).Eis o fundamento da moral dada ao homem pelo Criador: o Decálogo, as dez palavras de Deus pronunciadas com firmeza no Monte Sinai e confirmadas por Cristo no sermão da montanha, no contexto das oito bem-aventuranças. O Criador, que é ao mesmo tempo o legislador, inscreveu no coração do homem toda a ordem da verdade. Esta ordem condiciona o bem e a ordem moral e constitui a base da dignidade do homem criado à imagem de Deus. Os mandamentos foram dados para o bem do homem, para o seu bem pessoal, familiar e social. Para o homem, eles são verdadeiramente a via. Apenas a ordem material não basta. Precisa ser completada e enriquecida pela sobrenatural. Graças a ela, a vida adquire um novo sentido e o homem torna-se melhor. Com efeito, a vida tem necessidade de forças e de valores divinos, sobrenaturais, e então adquire o pleno esplendor.Cristo confirmou esta lei na Antiga Aliança. No sermão da montanha falava com clareza àqueles que o escutavam: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas: não vim revogá-la, mas completá-la» (Mt 5, 17). Cristo veio para completar a Lei, antes de mais para colmar o seu conteúdo e o seu significado, e para mostrar desta forma o pleno sentido e toda a sua profundidade: a lei é perfeita quando está repleta do amor de Deus e do próximo. É o amor que decide da perfeição moral do homem, da sua semelhança com Deus. «Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, – diz Cristo – esse é que Me ama, e aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele» (Jo 14, 21). A hodierna função litúrgica dedicada ao Santíssimo Coração de Jesus recorda-nos este amor de Deus, intensamente desejado pelo homem, e indica que uma concreta resposta a este amor é a observância na vida quotidiana dos mandamentos de Deus. Deus quis que eles nã se ofuscassem na memória, mas permanecessem impressos para sempre nas consciências dos homens, para que o homem conhecendo e guardando os mandamentos, «tenha a vida eterna».“Bem-aventurados os que praticam a Lei”O Salmista chama deste modo aquele que caminha pela via dos mandamentos e os guarda até ao fim (cf. Sl 118[119], 32-33). De facto, guardar a lei divina é a base para obter o dom da vida eterna, ou seja, da felicidade que jamais tem fim. Ao jovem rico que perguntava: «Mestre, que hei-de fazer de bom para alcançar a vida eterna? (Mt 19, 16), Jesus respondeu: «Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos» (Mt 19, 17). Esta chamada por parte de Cristo é particularmente actual na realidade de hoje, na qual muitos vivem como se Deus não existisse. A tentação de organizar o mundo e a própria vida sem Deus ou contra Deus, sem os seus mandamentos e sem o Evangelho, existe e ameaça também a nós. A vida humana e o mundo construídos sem Deus, no fim voltar-se-ão contra o homem. Disto tivemos numerosas provas neste século XX que está a terminar. Transgredir os mandamentos divinos, abandonar o caminho traçado por Deus, significa cair na escravidão do pecado, e «o salário do pecado é a morte» (Rm 6, 23).Encontramo-nos perante a realidade do pecado. Ele é ofensa a Deus, é uma desobediência a Deus, à sua lei, à norma moral, que Deus deu ao homem, inscrevendo-a no coração humano, confirmando-a e aperfeiçoando-a mediante a Revelação. O pecado contrapõe-se ao amor de Deus por nós e afasta d’Ele os nossos corações. O pecado é «o amor por si vivido até ao desprezo de Deus», como diz S. Agostinho (De Civitate Dei, 14, 28). O pecado é um grande mal em toda a sua múltipla dimensão. Começando pelo original, através de todos os pecados pessoais de cada homem, dos pecados sociais, dos pecados que pesam na história da humanidade inteira.Devemos estar sempre conscientes deste grande mal, devemos adquirir constantemente a subtil sensibilidade e o claro conhecimento do estímulo de morte contido no pecado. Ele tem a sua origem na consciência moral do homem, está relacionado com o conhecimento de Deus, com o sentido da união com o Criador, Senhor e Pai. Quanto mais profunda é esta consciência de união com Deus, reforçada pela vida sacramental do homem e pela oração sincera, mais claro é o sentido do pecado. A realidade de Deus revela e ilumina o mistério do homem. Fazemos de tudo para tornar sensíveis as nossas consciências, e preservá-las da deformação ou da insensibilidade.Vejamos quais são as grandes tarefas que Deus nos confia. Devemos formar em nós um verdadeiro homem à imagem e semelhança de Deus. Um homem que ama a lei de Deus e quer viver de acordo com ela. O Salmista que brada: «Tende piedade de mim, Senhor, segundo a Vossa misericórdia, segundo a Vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me totalmente das minhas iniquidades, purificai-me dos meus delitos» (Sl 50[51], 3-4), não é para nós um comovedor exemplo dum homem que se apresenta arrependido diante de Deus, que deseja a metanoia do próprio coração, para se tornar uma nova criactura, diferente, transformada pelo poder de Deus?Apresenta-se diante de nós Santo Adalberto. Sentimos aqui a sua presença, porque nesta terra ele deu a sua vida por Cristo. Há mil anos que ele nos diz, com o testemunho do martírio, que a santidade se alcança mediante o sacrifício, que aqui não há espaço para qualquer compromisso, que é preciso ser fiéis até ao fim, que é necessário ter a coragem de proteger a imagem de Deus na própria alma, até ao preço supremo. A sua morte de mártir chama os homens para que, morrendo para o mal e para o pecado, deixem nascer neles um homem novo, um homem de Deus, que guarda os mandamentos do Senhor.Queridos Irmãos e Irmãs, contemplemos o Sagrado Coração de Jesus, que é fonte de vida, porque por seu intermédio se realizou a vitória sobre a morte. Ele é também fonte de santidade, porque nele é derrotado o pecado, que é inimigo da santidade, inimigo do progresso espiritual do homem. No Coração do Senhor Jesus, tem início a santidade de cada um de nós. Aprendamos deste coração o amor a Deus e a compreensão do mistério do pecado – mysterium iniquitatis.Façamos actos reparadores ao Divino Coração pelos pecados cometidos por nós e pelo nosso próximo. Reparemos pela recusa da bondade e do amor de Deus.Aproximemo-nos todos os dias desta fonte de água viva. Invoquemos com a mulher samaritana: «dai-nos desta água», porque ela dá a vida eterna.Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,Papa João Paulo II
Coração de Jesus, fonte de vida e de santidade,
Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados – tende piedade de nós. Amém.
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