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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O “Eis que venho” de Jesus e o nosso






  • Eis que venho para fazer tua vontade” (Heb 10, 5-9;  Sl 39)
    Esta passagem da escritura encontrada nos salmos e retomada na carta aos Hebreus 10,5-9 que é carta com maior conteúdo sobre espiritualidade reparadora, pois tenta fazer a passagem do antigo sacrifício para o novo e definitivo de Jesus como vítima única de reparação tanto para o antigo como para o novo testamento. Esta passagem é também o cerne por assim dizer da espiritualidade de oferta oblativa dos padres dehonianos que tanto influenciou na nossa espiritualidade.
    O Eis que venho de Jesus é também o nosso, um coração que queira se dar a Deus em nossa comunidade tem que, no mínimo ter este sentimento de Jesus, de não querer ou desejar outra coisa se não a de fazer a vontade única de Deus sem mais nem menos, é o mínimo que podemos ofertar ao pai, a nossa liberdade, colocar-se em total disponibilidade em suas mãos  e a favor dos irmãos e da missão formando com ele um único coração o que chamamos de “coração indiviso” ao  modelo de almas esposa, uma única coisa poderia amedrontar um filho da busca, o de pensar em não estar fazendo a única e absoluta vontade de Deus, mais nada poderia tirar nosso sossego, pois “Nele temos tudo plenamente” (Cl 2,8).
    O nosso eis que venho é a rendição plena e total ao Senhorio de Jesus, o esvaziamento pleno da minha vontade para assumir a Dele, à qual livremente me entrego.
    Esse deveria sem dúvida, ser o primeiro passo para alguém que quisesse fazer caminho conosco, trilhar o nosso itinerário sem esta rendição, sem esta disposição não há como caminhar. Em Sto Agostinho que é nosso baluarte, encontramos bem claro esta disposição depois de anos de luta, depois de Mônica ter derramado tantas lágrimas em seu favor, depois de muito ouvir as pregações do bispo Ambrósio é que ele se rendeu ao batismo e conseqüentemente a Igreja, ao ponto de aí sim, poder associar-se a outros já convertidos, para iniciar a obra à qual Deus o enviara a formar, uma vida fraterna, pautada por uma entrega total a Jesus como Senhor e centro absoluto da vida daqueles que com ele ajudaram a fundar, é risco e sempre será, acolher alguém no seio da comunidade sem que antes tenha passado por esta experiência da entrega total a Deus, pois a assembléia do Senhor é formada por aqueles que buscam com sinceridade agradar-lhe unicamente, nenhuma outra motivação pode estar no centro da decisão.
                          


  •                                                              Dimas pires

    Para que o mundo seja salvo


    • “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus” (Jo 3, 16-18).
      “A missão do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo tem uma destinação universal. Seu mandado de caridade alcança todas as dimensões da existência, todas as pessoas, todos os ambientes da convivência e todos os povos. Nada do humano pode lhe parecer estranho. A Igreja sabe, por revelação de Deus e pela experiência humana da fé, que Jesus Cristo é a resposta total, superabundante e satisfatória às perguntas humanas sobre a verdade, o sentido da vida e da realidade, a felicidade, a justiça e a beleza. São as inquietações que estão arraigadas no coração de toda pessoa e que pulsam no mais profundo da cultura dos povos. Por isso, todo sinal autêntico de verdade, bem e beleza na aventura humana vem de Deus e clama por Deus” (DAp 380).
      Não há campo de atividade humana que fique fora do alcance do amor de Deus e de Seu desígnio universal de salvação, e a Igreja, com plena consciência de seus deveres, quer alcançar a todos e chegar aos mais distantes recantos onde se encontre um grito de socorro ou um anelo de salvação.
      A V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe identificou alguns rostos sofredores que clamam atenção especial da Igreja e de toda a sociedade, dentre tantos desafios existentes. São as Pessoas que vivem nas ruas das grandes cidades, os Migrantes, os Enfermos, os Dependentes de drogas e os Detidos em prisões. E nos deparamos a cada dia com vários desses rostos sofredores! Uma primeira reação pode ser o acomodamento, com o qual apenas nos rendemos diante das dificuldades práticas. Sempre existiram tais problemas! Outra, infelizmente muito comum, é a quantidade de projetos teóricos, leis e pretensas reformas que não saem do papel.
      Mas existem muitas pessoas, quais formiguinhas trabalhadoras, dia e noite, que fazem o que lhes é possível. Na área metropolitana de Belém, tenho encontrado muitas famílias que acolhem pessoas vindas do interior à procura de trabalho, e o fazem graciosamente, com grande generosidade. Nossos grupos e movimentos pastorais que trabalham com o povo que vive da rua testemunham também a solidariedade que brota entre pessoas que perderam tudo. Parece brotar do barro um fiapo de relações humanas, quem sabe esboçadas em sorriso! Lá de dentro, vem à tona a dignidade nunca perdida aos olhos de Deus. Para a saúde, há inúmeras iniciativas, quais sejam as de cuidados básicos e simples. O que se faz por intermédio da Pastoral da Criança é reconhecido por toda a sociedade! Pastoral Carcerária para nós significa presença diuturna, com visitas semanais a todos os presídios, com um esquadrão de homens e mulheres, cujas palavras e gestos semeiam cura e libertação. E os drogados? Já se delineia a instalação da Fazenda da Esperança em nossa Arquidiocese, além de centros já existentes. E as respostas a tais rostos que doem em nós e na sociedade, dadas por pessoas desconhecidas, anônimas do bem, cujos gestos de amor serão reconhecidos no dia do exame final? A elas também o reconhecimento!
      Ninguém passe em vão ao nosso lado! Os rostos sofridos são expressão de um mistério mais profundo, cujo nome é pecado! Trata-se do rompimento de um relacionamento de amor, que tem a idade da eternidade, no seio da Trindade Santíssima, destinado a envolver a todos os homens e mulheres de todos os tempos. Pecar é não aceitar a proposta de amor que vem do próprio Deus! Pecar é embotar a própria vida, buscando apenas a si mesmo. As consequências têm rosto! Outras faces do mesmo drama estão, quem sabe, escondidas atrás de fachadas muito bem acabadas de casas ou de rostos maquiados. Também elas hão de ser identificadas, para que nenhuma situação humana fique alheia ao nosso amor, como diante de Deus não passam indiferentes. E como sabemos que o pecado corrói o que existe de melhor no ser humano, a virtude, cultivada em todas as suas dimensões, seja tarefa cotidiana, para acolher o dom da salvação que a todos se destina.
      Na Solenidade da Santíssima Trindade, renova-se a convicção de que os cristãos vivem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Em nome do Pai olhamos para todas as pessoas humanas e as reconhecemos como membros da única família dos filhos de Deus. O amor do Pai misericordioso se derrame sobre toda a humanidade. Cabe a nós que vivemos em Seu nome sermos sinais para os que se encontram mais afastados. Em nome do Filho amado, que se inclinou compassivo, assumindo sobre si as nossas dores, enfermidades e pecados, Senhor e Salvador, nós assumimos a missão de proclamar Seu nome e Sua graça. Sua presença, reconhecida em todas as faces. Sua Palavra, queremos que seja levada a todos, como Evangelho de Salvação! Em nome do Espírito Santo de amor, as labaredas acesas em Pentecostes espalhem o incêndio de um mundo diferente, possível e desafiador. Não deixaremos desperdiçada uma só de suas inspirações! Em nome da Trindade Santa, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!
      Dom Alberto Taveira Corrêa
      Arcebispo de Belém – PA

    A Maior História de Amor

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    Antes que Eu criasse o mundo e todas as coisas, Eu já pensava em você. Eu já o conhecia pelo nome e desejava que você viesse à vida. Queria que você participasse da Minha vida e desfrutasse de toda a riqueza da Minha divindade...
    Foi por isso que eu o criei. Eu teci no ventre de sua mãe, cuidadosamente, e o amei com amor eterno. Eu o fiz à Minha semelhança para que você pudesse compartilhar Comigo de todos os Meus bens inefáveis. Dei-lhe faculdades e potências que não coloquei em nenhum dos outros seres criados: inteligência, vontade, memória, consciência, capacidade de amar, de sonhar, de sorrir, de chorar, de cantar, de falar...Não sei se você já percebeu que é o único ser capaz de sorrir. As pedras não sonham como você, as árvores não falam como você e os animais não podem sorrir e cantar como você. Só a você Eu permiti que fosse assim tão cheio de dons, porque só você foi feito à Minha imagem. Quando Eu quis gerar você, olhei para Mim mesmo e deixei que uma centelha do Meu ser lhe desse a vida.
    Eu o fiz para mim. Eu o fiz para viver Comigo sempre, na terra e no céu. Eu sou o seu Senhor. Você é meu. Sou louco de amor por você e não aceito perdê-lo de forma alguma, porque você é Minha criatura predileta, Minha glória sobre a terra Minha maior honra.
    Eu o amei tanto que quis dar o meu maior Dom: a liberdade. Meu amor por você exigia que Eu o fizesse livre, capaz de decidir pela inteligência, e não escravo dos instintos como os animais irracionais. O amor exige que se dê a liberdade! Eu sabia que você poderia usar mal dessa liberdade. Eu sabia  sim que você poderia até Me rejeitar, Me abandonar e não querer ouvir a Minha voz e os Meus conselhos...Mas, se não lhe desse a liberdade, você não seria Minha imagem; seria apenas como um robô ou uma marionete. Por isso Eu o fiz livre.
    Na verdade, fiquei desesperado quando você Me rejeitou, Me abandonou e achou que podia ser feliz sem o seu Criador. Fiquei angustiado quando você matou em si mesmo a vida eterna que lhe dei, separando-se de Mim que sou a fonte da vida. Sofri demais quando você virou-Me as costas e abandonou o céu e a Mim para sempre.
    Então, no meu amor infinito por você, vim ao mundo para salvá-lo. Eu me fiz como você, de carne e osso. Nasci de uma santa mulher, pobre e humilde, para resgatá-lo. Eu assumi a sua natureza humana e nela escondi a minha divindade para poder falar com você e mostrar-lhe ansiosamente o caminho da vida.
    E depois, depois de lhe Ter mostrado todo o Meu amor por você, com Minhas palavras e milagres, quis amá-lo até o extremo sacrifício. Eu Me deixei matar em seu lugar, conscientemente, para que a minha morte destruísse a sua, e a Minha ressurreição lhe desse a vida eterna outra vez. Nunca ninguém sofreu e amou tanto quanto Eu sofri por você e o amei. O criador morreu por Sua criatura. Como disse uma vez ao Meu querido filho Santo Antônio: “Eu vim até você para que você pudesse vir a mim”. E mais ainda: Para ficar com você para sempre, Eu Me fiz pão e vinho. Sei que você não pode compreender o milagre da Eucaristia, mas eu o fiz para poder ficar com você. Quando se ama alguém, não se consegue ficar longe da pessoa amada. Fiz tudo isso por você, por amor a você.
    Mas, infelizmente, você não reconhece o Meu amor. Você ainda me despreza e abandona. Eu lhe ofereço a Minha vida nos Evangelhos, mas você prefere outras leituras vazias e pobres. Eu lhe ofereço o Meu próprio Corpo imolado e Meu Sangue derramado, testemunhas do meu amor, e você os despreza totalmente: “Isso é coisa de velhos e de crianças...” Eu lhe ofereço a Minha presença viva em todos os sacrários, mas você não acredita que estou ali... O que mais me fere é sua ingratidão e indiferença. Você entra na Minha casa, a Igreja, e não Me olha, não Me fala, não se une a Mim... Sua desconfiança Me sangra o coração. E eu... esperando ansiosamente, desejando ao menos um minuto receber a retribuição do seu amor. Mas você está cego, surdo e mudo para Mim. O mundo matou o meu amor em você. O pior de tudo é que por causa disso você perdeu a paz, perdeu o sentido da vida e vive agora sem rumo, triste e sofredor. Eu derramei todo o Meu sangue na cruz e morri de dor, para que os eus pecados fossem perdoados, mas você despreza o Meu perdão, despreza os Meus sacerdotes e o sacramento da penitência. Como você é ingrato Comigo! Mas Eu continuo aqui a esperá-lo; nunca Me cansei porque você é Meu e tenho ciúme de você. Sei que um dia você virá. Quando a “mentira do mundo” cair a seus pés, você se lembrará de Mim. Então, como aquele Pai, Eu farei uma grande festa para você, pois como entendeu perfeitamente o Meu querido Agostinho de Hipona: “Eu o criei para Mim, e o seu coração vive inquieto enquanto não repousar em Mim.”



    Que pecados nos impedem de comungar?



    Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições
    A Igreja nos ensina que não podemos comungar em pecado mortal sem antes nos confessar. Pecado mortal é aquele que é grave, normalmente contra um dos Dez Mandamentos de Deus: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar, prejudicar os outros, ódio, etc.. É algo que nos deixa incomodados...
    Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) sobre isso:
    §1856 - O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:
    “Quando a vontade se volta para uma coisa de per si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal... quer seja contra o amor de Deus, como a blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como, por exemplo, palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais pecados são veniais” (S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).
    §1857 – Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (RP 17).
    §1858 – A matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro.
    §1859 – O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (cf. Mc 3,5-6; Lc 16,19-31) não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.
    §1860 – A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
    §1861 – O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.
    §1862 – Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.
    Felipe Aquino
    felipeaquino@cancaonova.com
    (Fonte – Canção Nova)