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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Assumir a dor do outro é ir até o fim!

Sem o esforço... Não se constrói a fraternidade

Muito se fala sobre o amor. O amor vem de Deus, mas podemos experimentá-lo no relacionamento com os outros.  Muitos o buscam mais que tudo, outros já não acreditam nele. Relações estáveis e verdadeiras de amor e amizade são o grande desejo de muitas pessoas, mas também, estranhamente, são causa de temor para outras tantas.
O que é o amor fraterno? 
Para Madre Teresa de Calcutá é “doar-se até doer”.
E, o que o amor realiza entre nós?
A uma profunda comunhão de amor e amizade à semelhança da Santíssima Trindade.
E de nossa parte, o que precisamos fazer?...
 “Sem o esforço para fazer o bem, não se constrói a fraternidade”.
  A palavra esforço parece não soar bem... Normalmente não gostamos de saber que alguém se esforça para conviver conosco. Gostaríamos que fosse tudo bem harmonioso e perfeito; que a afeição pudesse fluir sem que se fizesse força alguma. Gostaríamos de viver cercados de simpatias e cortesias, de ver no rosto do outro apenas o sorriso e a acolhida. Grande é o anseio de nos sentirmos maduros, sabendo dar muito mais do que receber, sendo santos e fiéis à nossa vocação ao amor. Gostaríamos, na verdade, de não sermos chatos, não sermos difíceis e mal humorados, perfeccionistas, inclinados ao julgamento e de não sermos uma série de outras coisas que parecem atrapalhar nossa convivência. Mas não é assim que acontece... O fato é que somos pecadores e isso nos fere muito. 
Os outros também são assim, chatos e difíceis como nós, cheios de pecados.
O esforço existe porque o pecado existe. Se pessoalmente fomos desfigurados, nossa fraternidade não ficaria ilesa. Também ela sofreu e se desfigurou. Nosso esforço presta-se a colaborar com a graça da Salvação de Jesus que nos devolve a imagem da Trindade e, além de tudo, o caminho do esforço é o caminho do amor de Cristo. Se alguém nos ama com esforço, estejamos certos de que está nos amando como Jesus. Foi Ele quem fez o verdadeiro sacrifício, suportou a dor, agüentou firme, calou-se. No Calvário não existiam simpatias, afeições, afetos calorosos... Havia amor fraterno: Jesus, nosso irmão, dando sua vida por uma decisão de amar. Não podemos dizer que não foi difícil para Jesus. Foi muito difícil! E ele foi à frente para nos ensinar o caminho de purificação e ascese que modela a convivência fraterna, tornando-a mais verdadeira, real.
Se hoje, aquela fraternidade ideal não existe, temos tudo para fazer acontecer, na dureza do nosso real, a beleza do amor que brota entre as pedras, regado de sangue e suor.  A profecia de nossa vida está justamente aqui: enquanto o mundo proclama um individualismo frio e estático em uma tentativa ilusória de proteger-se e salvar-se, Deus com seu jeito amoroso e exigente de nos desafiar, nos chama a trilhar o caminho inverso: desproteger-se, desarmar-se, perder-se no outro e pelo outro.
Não esqueçamos nossa meta: sermos irmãos à semelhança da Trindade! Não esqueçamos os meios para alcançá-la: o esforço para amar como Jesus!

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