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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cristo é o caminho para a luz, verdade e a vida



  • Disse o Senhor concisamente: “Eu sou a luz do mundo: quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Estas palavras contêm um preceito e uma promessa; façamos, pois, o que ele mandou, para não desejarmos imprudentemente o que prometeu e não nos venha a dizer em seu julgamento: Fizeste o que mandei para poderes aspirar ao que prometi? É o que nos mandaste fazer, Senhor nosso Deus? Disse que me seguisses. Pediste um conselho de vida. De qual vida, senão daquela de que foi dito: “Em ti está à fonte da vida”?
    Por conseguinte, ponhamos mãos à obra, sigamos o Senhor; quebremos as cadeias que nos impede de segui-lo. E quem é capaz de romper tais laços se não o ajudar aquele a quem se disse: Quebraste “as minhas cadeias”? E dele diz outro salmo: “O Senhor liberta os cativos, o Senhor ergue os que estão prostrados”.
    E que vão seguir os que foram libertados e erguidos, senão a luz da qual ouviram dizer: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas”? Realmente o Senhor faz os cegos verem. Portanto, meus irmãos, munidos do colírio da fé, abrimos agora nossos olhos à luz. Primeiro sua saliva foi misturada à terra, para ungir o cego de nascença. Também nós nascemos de Adão como cegos e precisamos ser iluminados pelo Senhor. Ele misturou sua saliva com a terra: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Misturou sua saliva com a terra; por isso foi predito: “A verdade brotou da terra” e ele próprio disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
    Fruiremos a verdade quando contemplarmos face a face, porque também isso nos foi prometido. Pois quem ousaria esperar o que Deus não se dignou prometer ou dar?
    Veremos face a face. Diz o Apóstolo: “Agora conheço imperfeitamente, como através de um espelho, de modo confuso, mas então será face a face”. É o apóstolo João em sua carta: “Caríssimos, agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como é”. Eis a grande promessa.
    Se amas, segue. Amo, dizes tu, mas por onde devo seguir? Se o Senhor teu Deus te houvesse dito: Eu sou a verdade e a vida, tu que desejas a verdade e aspiras à vida, procurarias certamente o caminho para alcançá-las e dirias a ti mesmo: Grande coisa é a verdade, grande coisa é a vida; se minha alma encontrasse o meio de alcança-las!
    Procuras o meio? Ouve o Senhor dizer-te em primeiro lugar: “Eu sou o caminho”. Antes de dizer aonde deves ir, mostrou por onde deves seguir. “Eu sou”, diz ele, “o caminho”. O caminho para onde? “E a verdade e a vida”. Disse primeiro por onde deves seguir e só depois disse aonde deves ir. Eu sou o caminho, eu sou a verdade, eu sou a vida. Permanecendo junto ao Pai, era verdade e vida; revestindo-se de nossa carne, tornou-se o caminho.
    Não te é dito: Trabalha procurando o caminho para chegares à verdade e à vida. Não te dizem isso. Levanta-te preguiçoso! O próprio caminho veio ao teu encontro e te despertou quando dormias, se é que despertou de fato; levanta-te e anda.
    Talvez tentes caminhar e não possas, porque te doem os pés. Por que estão doendo? Terão eles, a mando da avareza, corrido por caminhos ásperos? Mas o Verbo de Deus curou até o coxos. Meus pés estão sãos, respondes, mas o caminho mesmo eu não vejo. Ele também deu a vista aos cegos.
    Santo Agostinho
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